Pandemia

O risco com a chegada do frio

Ambientes menos arejados e pessoas mais suscetíveis a problemas respiratórios podem elevar perigo com o novo coronavírus

A queda nas temperaturas, que já se mostrou nesta sexta-feira (3), faz disparar o alerta principalmente no sul do Sul do Brasil. De um lado, a população fica mais vulnerável aos problemas respiratórios. De outro, os ambientes menos arejados podem favorecer a propagação do novo coronavírus.

O Diário Popular conversou com a pneumologista Sílvia Macedo, médica do Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), e traz orientações que você deve seguir à risca para reduzir as chances de contaminação pelo vírus que já provocou a morte de mais de 50,4 mil pessoas ao redor do mundo desde dezembro de 2019, quando surgiram os primeiros casos na China. Umas das peculiaridades da Covid-19 é a possibilidade de a transmissão ocorrer através do contato, já que o vírus resiste por horas - ou até dias - em diferentes tipos de superfícies.

Por isso, dois cuidados são imperativos neste momento - destaca a especialista. O cidadão deve adotar a chamada etiqueta respiratória - através de lenços de papel ou do uso do próprio braço - para evitar que gotículas se espalhem a cada espirro ou tosse. Ao mesmo tempo, é fundamental reforçar os hábitos de higiene e de limpeza, que garantam que as mãos estarão limpas e livres de perigos após tocar locais, como corrimãos, maçanetas e cadeiras, apertar botões em elevadores ou manusear objetos de uso comum, como o dinheiro.

“O risco é tocar locais contaminados e depois levar a mão a regiões, como a boca, os olhos e o nariz”, ressalta Sílvia Macedo, integrante da equipe médica que atuará na linha de frente no combate ao novo coronavírus no HE. E vai além: o álcool gel é ótimo, principalmente, para situações em que não é possível lavar as mãos. Daí, a importância de carregá-lo em recipientes menores que caibam na bolsa. Do contrário, a lavagem criteriosa, com sabonetes e sabões é igualmente efetiva.

Mais do que nunca, é fundamental ampliar os cuidados com a saúde
Análise dos casos que se proliferam por 206 países e territórios permite afirmar: em torno de 80% dos infectados têm quadros leves que, em geral, não requerem nem internação hospitalar. Cerca de 15% evoluem para casos graves e aproximadamente 5% transformam-se em quadros muito delicados e demandam leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).

Redobrar os cuidados com a saúde, portanto, pode ser a diferença entre manter a imunidade em alta e derrotar o coronavírus ou ver a situação agravar-se, principalmente, nos casos de quem já possui doenças prévias, como cardíacos, diabéticos e hipertensos. “Todos os esforços neste momento são para que a gente possa proteger as pessoas mais vulneráveis, como os idosos, e reduzir a transmissibilidade do vírus”, lembra a pneumologista. E reitera a importância do isolamento social.

Não esqueça!
- Pessoas assintomáticas, isto é, que não apresentam sintomas, também transmitem o vírus. É mais um ponto que precisa ser considerado na hora de reforçar o quanto é essencial cada cidadão fazer a sua parte para barrar a disseminação do vírus. O apelo para você permanecer em casa, portanto, ganha eco a cada dia.

- Os casos de novo coronavírus, no Brasil, já não estão associados à chegada de pessoas que estiveram na Ásia ou na Europa, por exemplo, ou que tiveram contato com alguém que possui o diagnóstico fechado da doença. É a chamada transmissão comunitária, quando as equipes de saúde não conseguem mapear a origem da infecção.

Portanto, diante de sintomas que se assemelhem a um resfriado ou a uma gripe, reforce o isolamento social. Afinal, os novos protocolos adotados no país determinam que apenas pessoas hospitalizadas em estado grave devem realizar o teste para verificação do novo coronavírus. E, enquanto você observa como seu quadro evolui, evite circular. Permaneça em casa e preserve-se.

- Redobrar cuidados básicos de higiene e de limpeza são fundamentais. Quem não possui álcool gel e álcool líquido 70%, pode utilizar sabão e sabonetes para lavagem das mãos e água sanitária para desinfecção de ambientes.

Tudo muito novo e requer estudos!
A forma como a Covid-19 se comporta ainda requer estudos. É tudo muito novo - argumenta a médica Sílvia Macedo. Publicações em revistas científicas apontam o tempo que o novo coronavírus resistiria em cada tipo de superfície (veja abaixo), mas existem discussões se efetivamente ele manteria a capacidade de infectar durante todo este período. Por isso, a precaução sempre será o melhor caminho.

As dúvidas também existem com relação ao tempo que a Covid-19 permanece ativo quando exposto a diferentes temperaturas. "Parece haver evidências de que se mantém mais no frio, mas não é algo inequívoco", destaca a especialista. Sabe-se, entretanto, que, com a queda nas temperaturas, a população tende a ficar confinada em ambientes pouco ventilados. Portanto, cresce o risco de contaminação. E a doença se espalha rapidamente: até a tarde de sexta-feira, existiam mais de 976 mil infectados no mundo.

Veja o tempo que o novo coronavírus resistiria em diferentes tipos de superfície (*):
- Alumínio: De 2 a 8 horas
- Luvas cirúrgicas: 8 horas
- Aço: 48 horas
- Madeira: 4 dias
- Vidro: 4 dias
- Papel: De 4 a 5 dias
- Plástico: 5 dias

(*) Estudos ainda não são conclusivos

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Caixa lançará na terça aplicativo para cadastro em renda emergencial

Uma corrida para abrir o Centro de Síndromes Gripais Próximo

Uma corrida para abrir o Centro de Síndromes Gripais

Deixe seu comentário